Síndrome mão-pé-boca: saiba as causas, os tratamentos e os riscos da doença

Dados sobre aumento de casos da síndrome mão-pé-boca em diversas regiões do País colocam pais e mães em alerta para os cuidados com a doença, que tem a transmissão intensificada entre crianças durante o outono. Somente no Estado de São Paulo, entre janeiro e março deste ano, 391 casos foram registrados pela Secretaria Estadual da Saúde. O número de notificações representa um aumento de 149% nos casos em comparação com o mesmo período de 2022, e já é maior do que o total registrado no último ano, quando houve 385 notificações.

A situação é ainda mais grave noRio Grande do Sul, que até o início de abril já registrava 86 notificações de surtos (quando há mais de três casos em um mesmo local) em 39 municípios, somando 978 casos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde local. O número supera os dados do ano passado no Estado, quando foram registradas 581 confirmações. Cidades deMinas Gerais e Santa Catarina também relataram casos de surto da doença viral.

O que é a síndrome mão-pé-boca?

De acordo com a Biblioteca Virtual doMinistério da Saúde, a mão-pé-boca é uma doença causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo. A transmissão ocorre por meio de gotículas espalhadas por meio de tosse, espirro ou saliva, pelo uso de objetos compartilhados com alguém que está infectado ou, ainda, pelo contato com fezes de pessoas contaminadas. O consumo de alimentos contaminados ou mal cozidos e o contato direto com as bolhas estouradas também podem ser vias de contágio.

A infecção provoca, dentre outros sintomas, lesões que aparecem mais comumente nas mãos, nos pés e na boca – daí o nome da doença. Pequenas bolhas normalmente surgem nos pés e nas mãos, mas também podem surgir na região genital. Na parte interna da boca, manchas vermelhas podem aparecer, com a chance de evoluir para ulcerações. A criança ainda pode manifestar febre alta no período que antecede o surgimento das lesões, vômitos e diarreia, mas isso não é regra para todos os casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Como evitar a doença viral?

Por ser uma doença viral, a frequência de contágio aumenta com a chegada das estações mais geladas, principalmente pela pouca ou nenhuma ventilação em ambientes fechados. Como prevenção, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo recomenda que se mantenham medidas frequentes de higiene pessoal e também do ambiente frequentado pelas crianças, uma vez que o vírus consegue resistir em um mesmo local por semanas.

A pasta também indica que os responsáveis tentem não levar crianças menores de 5 anos em aglomerações durante os períodos de surto e que evitem qualquer ação que tenha o contato das mãos com a boca. O Ministério da Saúde endossa que seja feito o descarte adequado das fraldas e dos lenços de limpeza em latas de lixo fechadas e que, em caso de sintomas, os pais afastem a criança da creche ou escola até o desaparecimento dos sinais da doença.

Ainda não existe vacina para a síndrome, assim como não há uma forma de tratamento exata destinada ao vírus. De acordo com a pasta, a doença regride espontaneamente após cinco ou sete dias e, por este motivo, a recomendação é tratar os sintomas, permanecendo em repouso. Alimentos pastosos e bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são recomendados, uma vez que, devido às lesões, a criança pode sentir dificuldade para engolir. Medicamentos antivirais devem ser usados em casos mais graves.

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